Condomínio: como diminuir as despesas
Condomínio: como diminuir as despesas
Gerir as contas de um condomínio e todas as burocracias que envolvem a administração não é uma tarefa simples. É por isso que muitos prédios acabam por recorrer a empresas especializadas na gestão de condomínio. Nesses casos, existe um administrador externo que está encarregue da parte financeira, mas também das convocatórias para reuniões de condóminos, da manutenção das partes comuns, da gestão administrativa e do processamento dos salários dos trabalhadores – como por exemplo, o pessoal da limpeza e da segurança. É um trabalho moroso, que exige tempo e conhecimentos específicos.
Muitas vezes, para poupar algum dinheiro, a assembleia de condóminos escolhe fazer uma seleção interna de administradores. Geralmente, por uma questão de justiça, o cargo toca a todos os habitantes do prédio, que devem assumir funções por um período anual – ou pelo tempo que for determinado em reunião de condomínio. Em alternativa, os condóminos podem optar por eleger uma figura interna a tempo inteiro, que seja especialista no assunto e que receba algum tipo de bónus pelo seu trabalho – tal como se uma empresa externa fosse contratada. Em qualquer dos cenários, lembramos que é muito importante que todas as decisões tomadas pelos condóminos sejam registadas por meio de atas, o que inclui o nome dos administradores em função e todos os encargos que lhe serão atribuídos.
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Em suma, existem duas opções para a gestão do condomínio: contratar uma empresa especialista ou eleger um responsável internamente. Geralmente as administrações que optam pela última solução fazem-nos para poupar alguns euros no fim do mês.
E é precisamente o tema do dinheiro que vamos explorar no artigo de hoje: como diminuir as despesas do condomínio? É sabido que as taxas pagas por cada fração autónoma destinam-se à gestão e manutenção das partes comuns e das despesas como a água e luz, que o prédio possa vir a ter. Nos edifícios com elevador, parte desta fatia é também destinada à manutenção dos aparelhos. E claro que o dinheiro também será utilizado para obras esporádicas – como a pintura da fachada. No fundo, o condomínio terá sempre despesas mensais e despesas pontuais e não é possível fazer nada contra isso. Mas é possível controlar o dinheiro que saí das contas bancárias e tentar diminuir o valor das dívidas. Explicamos-lhe como:
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Faça uma revisão dos contratos do condomínio
Como já referimos anteriormente, todos os condomínios têm despesas fixas, seja com serviços essenciais ou trabalhadores. Muitas vezes, os contratos são tão antigos que os valores já estão desatualizados, estando a serem cobrados serviços que podem já não estar a ser utilizados ou com padrões de qualidade abaixo do pretendido. Para tentar reduzir o valor das contas a pagar, sugerimos que a administração interna faça uma vistoria a todos os contratos e determine os valores que está a pagar mensalmente – tome especial atenção à potência contratada à empresa de eletricidade, já que esta pode ser ajustada consoante as necessidades dos moradores. Posteriormente, recomenda-se uma nova negociação entre ambas as partes. Se este método falhar, vale procurar outras alternativas junto de outras empresas, solicitando novas propostas e orçamentos.
Reveja o valor do seguro do condomínio
Muitos condomínios têm contratado um seguro multirriscos para cobrir eventuais imprevistos com as partes comuns. Geralmente, isto acontece nos edifícios com muitas frações autónomas, onde os condóminos têm a sua própria apólice de seguro que cobre as respetivas quotas-partes com despesas relativas às partes comuns. Todavia, em situações de urgência esta realidade acaba por condicionar a resolução rápida do processo, por conta da burocracia que envolve as seguradoras de cada habitante. Assim, a solução passa por accionar um seguro multirriscos para as partes comuns do prédio. Mas para conseguir reduzir as despesas do condomínio, é essencial perceber o que está a pagar pelo produto e se não há soluções que possam ser mais viáveis.
Tome atenção à eficiência energética
Cada prédio tem a sua própria fatura da eletricidade, uma despesa fixa que constitui uma parte significativa do orçamento. Por isso é necessário prestar atenção à eficiência energética dos aparelhos. Falamos logicamente dos candeeiros e lâmpadas, dos elevadores e outros equipamentos ou iluminações extra que o edifício possa ter. Inspecione a eficiência energética de tudo aquilo que consome luz e determine se existem soluções no mercado que possam ser mais em conta.
Controle as dívidas dos condóminos
A liquidez de um condomínio depende do pagamento das quotas por parte dos condóminos, que geralmente são proporcionais à área da respetiva fração. Em muitas situações, acontece que os proprietários se atrasam nos pagamentos e as contas do condomínio acabam por sair prejudicadas. Assim, é importante estar sempre em cima do acontecimento, informando os moradores do prédio dos prazos a cumprirem. Quando os condóminos entram em incumprimento o problema torna-se difícil de resolver e cabe à administração convocar uma assembleia para serem discutidas soluções. Entre as quais, pode optar-se por atribuir um plano de pagamentos flexível aos devedores, ou em casos mais extremos, recorrer à justiça por intermédio dos Julgados de Paz ou dos tribunais.
João Miguel é o homem dos números. O jeito para os números sempre foi inato, assim como o talento para a escrita. Já tentou fazer um sem o outro, mas não foi bem sucedido na tarefa. Por isso, hoje escreve para a secção ‘Finanças’ do Blog do Imovirtual.
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