Arrendamento em tempos de pandemia

Na hora de investir num imóvel para o mercado de arrendamento é necessário a viabilidade do negócio através de um conjunto de fatores: localização, preços de mercado, poder de compra dos potenciais inquilinos, dimensão da oferta na zona. A pandemia veio ameaçar a estabilidade económica e social, mas também é importante atentar aos sinais que o mercado já estava a dar.

Por isso, a Proteste Investe disponibilizou uma análise pormenorizada que procura responder a esta dúvida e conclui que a questão não é tão preto no branco. O crescimento do mercado de arrendamento é pouco significativo. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de novos contratos de arrendamento familiar aumentou 1,8% (74.088 contrato), sendo que tal como é referido na análise não é possível auferir quantos terminaram.

Os números do INE determinam também que o valor das rendas entre o 2º semestre de 2019 e o 1º semestre de 2020 aumentou 2,8%. Dados do Barómetro Imovirtual contrariam esta tendência: em comparação com 2019, no ano transato manteve-se uma tendência de decréscimo no valor das rendas a nível nacional, acentuada pela Pandemia e pelos seus períodos de confinamento (-13,3%) e desconfinamento (-20,9%). O ano de 2020 terminou com uma diminuição de preços de 13,5%.

Estes números podem até representar travão para os investidores, mas a Proteste Investe apresenta um argumento na sua análise que pode levar à reconsideração. “Apesar da redução já observada nas rendas, caso os preços de venda dos imóveis desçam de forma a mais que compensar aquela redução, podemos então atingir um bom momento para investir nos imóveis para arrendar”, defende.

Este argumento pode ser facilmente sustentado pelos números do Imovirtual para 2020, que revelam que o preço médio dos imóveis anunciados na Plataforma de Referência Imobiliária sofreu várias flutuações, influenciado pelo início e fecho do ano (-1,2; 3%), bem como pelos períodos de confinamento e desconfinamento (-3,2; 1,1%). Quer isto dizer que apesar de nos encontrarmos em fase pandémica, existem janelas de oportunidade para colocar uma casa no mercado do arrendamento. Por isso, é importante que os investidores saibam avaliar o momento certo, e para isso podem utilizar ferramentas como o Imovalor ou o simulador da Proteste Investe.

Além do mais, o investidor deve ter a capacidade de antecipar o futuro. É provável que o mercado do arrendamento volte a sofrer com o retorno de imóveis do Alojamento Local para a sua função original o que criará uma pressão adicional sobre o setor, como indica a Proteste Investe. Outro dos pontos referidos na análise é a falta de oferta de casas que “pressiona os preços em alta, o que se torna uma vantagem para o proprietário”. Esta situação tem tentado ser combatida por intermédio dos benefícios fiscais no arrendamento de maior duração e pela criação de iniciativas entre públicos e privados para a angariação de mais imóveis para arrendar, através de programas como o arrendamento acessível.

Assim, é importante apostar no arrendamento a longo prazo, tendo em conta a localização, os preços praticados na zona e o perfil dos inquilinos. Será mais viável arrendar a um estudante ou a um casal? Ou será que é preferível arrendar a trabalhadores, famílias ou eventualmente a turistas? Estas são questões que o investidor deve colocar na hora de pensar no investimento. De acordo com os dados do Imovirtual, em fevereiro de 2021, Lisboa, Porto, Faro e a Ilha da Madeira foram as regiões que registaram preços médios de arrendamento mais elevados, enquanto Bragança, Guarda, Castelo Branco e Vila Real registaram os preços mais baixos.

Posto isto, apesar do mercado estar a dar sinais de contração e de nos encontrarmos em situação pandémica, existem muitas flutuações positivas e negativas, no que toca ao investimento, o importante é perceber quais delas se podem tornar numa janela de oportunidade e consequentemente numa aposta rentável.

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