Proprietários mostram-se preocupados com mercado do arrendamento
Proprietários mostram-se preocupados com mercado do arrendamento
Os proprietários portugueses mostram sinais de insegurança relativamente ao mercado de arrendamento, receando o aumento do incumprimento do pagamento de rendas pelos arrendatários, embora a maioria pretenda manter o seu preço em 2021. Estas são algumas das conclusões da segunda edição do Barómetro “Confiança dos Proprietários” da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), que destaca a resiliência do setor imobiliário durante o ano 2020, já em contexto de pandemia, mas afirma que “as consequências das moratórias que suspenderam o pagamento das rendas habitacionais e não habitacionais durante o primeiro confinamento nacional não permitem aos proprietários de imóveis encarar 2021 com alguma confiança”.
Os dados do inquérito revelam que 51,4% dos proprietários apresenta sinais de desconfiança relativamente ao mercado de arrendamento em 2021, tendo a convicção que os números de incumprimentos contratuais vão aumentar; 25,5% receiam a quebra dos preços de venda e do arrendamento; e 16% acredita que o mercado vai estabilizar em 2021. Apenas 4,4% dos inquiridos referiram estar muito confiantes no mercado, já que este tem “demonstrado grande resiliência”.
Apesar da desconfiança o indicador valor das rendas revela que, 77,3% dos proprietários tencionam mantê-los inalterados, 10% pondera diminuí-los e 12% pensa até em aumentá-los. Sobre os fatores que impactam a confiança dos proprietários, os inquiridos apontaram o incumprimento do pagamento de rendas (68%), o aumento da carga fiscal sobre o imobiliário (55,3%) e a aprovação de novas moratórias do Governo que suspendam o pagamento de rendas (52,9%).
O Presidente da ALP, Luís Meneses Leitão defende que é preciso “inverter rapidamente as políticas realizadas nos últimos anos, a única forma de se conseguir um aumento da oferta de arrendamento, por forma a permitir que através do mesmo possa ser realizado o direito à habitação dos portugueses.”
Proprietários têm rendas em atraso
Cerca de 40% dos inquiridos (38,7%) revela ter rendas em atraso, habitacionais e não-habitacionais, sendo que destes, 36,5% acumulam perdas de 3 a 6 meses de rendas e 33,9% tem entre duas e três rendas em falta. 18,3% tem mais de 6 meses de rendas em atraso.
Quando questionados sobre eventuais processos de despejo, 65% dos proprietários afirma que não pretende recorrer ao mecanismo, 40% não o farão por “compreensão e solidariedade para com a situação de fragilidade social e económica dos seus inquilinos” e 38,9% não vai optar por esta vi devido à morosidade da justiça.
Descrença no Governo e Programas de Arrendamento
A generalidade dos inquiridos (74,4%) declara não concordar com a atuação do Governo e com as modificações feitas no arrendamento no decorrer da pandemia. alterações realizadas no âmbito do arrendamento. Os inquiridos apontaram que o Governo “deveria ter assumido a sua responsabilidade social atribuindo subsídios aos arrendatários com dificuldades financeiras imputáveis à pandemia, e tido uma atitude mais equilibrada entre ambas as partes – senhorios e inquilinos, nomeadamente no que concerne ao prolongamento de prejuízos aos senhorios por via das suspensões de despejos e efeitos das oposições à renovação dos contratos de arrendamento”, revela a ALP no comunicado.
Quanto aos Programas de Arrendamento Acessível, a esmagadora maioria dos proprietários (90%) afirma não confiar nos mecanismos do Governo ou das autarquias, não se mostrando disponíveis para colocar os seus imóveis ao abrigo destes programas, apesar dos benefícios fiscais. A instabilidade fiscal, o receito de alterações às regras ao longo dos contratos, a burocracia e o prazo “muito alargado” dos contratos de arrendamento, são as razões que levam os proprietários a desconsiderarem estas alternativas.
O Barómetro ALP concluiu ainda que apenas 4,8% dos proprietários revelam intenções em aderir aos Programas de Arrendamento Acessível. Realizado durante o mês de janeiro de 2021, através de uma plataforma online, reuniu uma amostra de três centenas de proprietários, dos quais quase dois terços são do sexo masculino e Associados da ALP. A nível etário, 60,6% dos inquiridos tem idade compreendida entre os 50 e os 75 anos.
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