O design das casas de banho nos últimos 500 anos
O design das casas de banho nos últimos 500 anos
Agora mais do que nunca o gesto de abrir a torneira do lavatório para lavar as mãos tornou-se um hábito regular. Tomar um duche quente e rápido antes de sair de casa também não é uma rotina estranha, assim como puxar o autoclismo sempre que se vai à casa de banho. Mas estes hábitos nem sempre fizeram parte do nosso quotidiano.
O site inglês QS Supplies divulgou um artigo que avalia a evolução do design desta divisão da casa ao longo de 500 anos, desde 1520 até 2020. As mudanças a nível das rotinas são evidentes, já que no século XVI ter uma banheira era um luxo e ninguém pensava ser possível poder contar com uma torneira de onde brota água quente. O autoclismo até apareceu em 1596 mas o papel higiénico só surgiu em 1880. Aliás, por volta do século XVIII, em Lisboa, era comum despejar bacias com dejetos humanos pela janela gritando a expressão “água vai” para evitar que acidentes indesejados acontecessem a quem passava na rua.
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Assim, e apesar de para todos nós ser um dado adquirido, a verdade é que as casas de banho foram alvo de diversas transformações até chegarem ao conceito moderno e sofisticado encontramos nos dias de hoje. Deixamos-lhe as 6 imagens que comprovam esta evolução.
1520-1620: A banheira doméstica era um luxo
Ter uma banheira em casa era um luxo no século 16, a que só os mais ricos tinham acesso. A água do banho era aquecida num caldeirão e a banheira de madeira, posicionada perto de uma lareira para a aquecer. Para lavar as mãos, as pessoas usavam um jarro e uma bacia. A sanita era na verdade um buraco que dava para rua (no canto direito da imagem).
1620-1720: Tomar banho era um ritual raro
Por esta altura já não se recorria aos banhos públicos e em vez disso as famílias usavam banheiras em casa revestidas a aço para ficarem quentes por mais tempo. Esta nova realidade trouxe cheiros desconcertantes às ruas das cidades, já que as pessoas tomavam banho com pouca frequência e faziam bastante uso de perfumes: era um misto de odores desconcertante. Ainda se fazia uso do jarro e bacia para lavar as mãos, mas o penico ganhou um lugar de destaque nos quartos das famílias, especialmente para aflições noturnas.
1720-1820: Os espelhos não são para todos
Durante este século, a cadeira com um buraco no meio ganhou destaque. Ao centro podia-se encontrar um pote de porcelana ou cobre com a função de recolher os resíduos. Em 1775, Alexander Cummings inventou o “S-bend”, um sistema de descarga. Este equipamento revolucionou o mundo dos vasos sanitários e é ainda hoje usado nas casas de banho modernas. Até ao final do século XVIII, os espelhos não eram para quem queria, mas para quem podia, por se tratar de um material caro. Inclusivamente chegaram a ser sinal de um certo status. Eventualmente novas soluções foram aparecendo e o objeto foi-se banalizando.
1820-1920: A invenção do papel higiénico
As pias e banheiras fixas foram surgindo com os sistemas de esgotos. As casas de banho passaram a ser encaradas como espaços dedicados à higiene pessoal. O papel higiénico em 1880 e passou a ser vendido em lojas.
1920-2020: A era dos azuleijos
As casas de banho modernas começaram a surgir por volta desta altura, aliadas ao consumismo e ao design de interiores. Novos itens que hoje fazem parte do enxoval da divisão começaram a aparecer. É o caso dos toalheiros, tapetes de banho, cortinas, armários e escovas dos dentes. A partir da década de 50, os azuleijos ganharam grande destaque nas casas de banho das habitações.
2021: Atualmente
O caminho foi longo até chegarmos onde estamos hoje. Depois de banheiras feitas em madeira, hoje podemos contar com uma quantidade de materiais e revestimentos, que simultaneamente oferecem estilo e praticidade. Para os espaços mais pequenos e estranhamente projetados, existem planificadores que ajudam a determinar a melhor disposição das loiças e móveis de casa de banho. Temos uma panóplia de opções à nossa disposição.
Maria Luísa é a decoradora. A paixão pela decoração surgiu desde muito cedo, quando as paredes se tornaram folhas de desenho. Juntou o útil ao agradável e fez da vocação o seu trabalho. Está a cargo dos temas sobre ‘Decoração’ do Blog do Imovirtual.
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