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Conheça todos os detalhes dos interiores fantásticos da série da Netflix “The queen’s gambit”

No interior dos cenários de The Queen’s Gambit

Há séries que têm este efeito de marcar um tempo. The Queen’s Gambit, da Netflix, é o exemplo mais recente de um programa de televisão que marca hábitos e cria tendências. Até na decoração.

Tal como aconteceu com Mad Men, a estilo de roupa e penteado está a criar uma tendência, e a decoração vem associada. Depois dos cenários do orfanato, quase a preto e branco, como num tabuleiro de xadrez, é na casa dos pais adotivos que a cor e o crescimento de Beth, a personagem principal da série da Netflix, ganham vida.

Linhas direitas e padrões ao estilo Wes Anderson

As linhas continuam direitas, mas os padrões e as cores da época dão o toque que fazem aproximar The Queen’s Gambit de um filme de Wes Anderson, seja o dossel pastel, a cadeira Luís XVI, o papel de parede verde e rosa, de padrão axadrezado ou oval.

Cadeirão forrado em veludo azul-petróleo

Como numa abertura Gambito de Dama, na primeira cena na nova casa percebe-se, entre os tons saturados, um cadeirão forrado em veludo azul-petróleo, com sofá a combinar, e cortinas de sala amarradas da mesma cor. De entre o mesmo tom, ressalta apenas a lareira cor de tijolo e o espelho em forma de sol, dourado, que reforçam a cor preponderante.

Desenho modernista

O papel de parede é especialmente marcante em The Queen’s Gambit, espírito da época e que teve nos últimos anos um certo revivalismo, tal como o mobiliário, que sendo de época – resquícios do desenho modernista de mobiliário – continua a ter muitos fans nos dias de hoje.

Os exteriores, uma boa parte deles filmados em Berlim, local onde ainda se mantém uma arquitetura dos Anos 1960, estão marcados pelo betão e alguns resquícios de Art Deco, sendo ideais para serem um hotel no México, o velho Hotel Mariposa em Las Vegas ou o saguão de um hotel em Cincinnati.

Cadeiras de Marcel Breuer e chaise longue de Eames

Nos hotéis e nas lojas parisienses que a personagem Beth percorre podem perceber-se as cadeiras de Marcel Breuer, Le Corbusier ou Mies van der Rohe. Nesse cenário e em Las Vegas também se vê uma adaptação da cadeira em ovo de Arne Jacobsen e da chaise longue de Eames.

Mas talvez o mais marcante deste The Queen’s Gambit, da Netflix, seja mesmo o quarto de Beth. Um clarão rosa, com o seu rosa sobre rosa, cama de dossel (que a personagem rasga para “ver” as jogadas de xadrez projetadas no teto), os têxteis e o papel de parede, tudo rosa e branco e padrões floreados.

A infância que a personagem nunca teve. Pode dizer-se que é um estilo datado, mas, tal como acontece com o mobiliário modernista, não se pode dizer que o bom design seja datado.

Gambito de Dama está a marcar o nosso tempo. 37 anos depois de ter sido publicado, The Queen’s Gambit, que deu origem à série da Netflix, foi finalmente bestseller. As pesquisas no Google de “xadrez”, “como jogar xadrez” dispararam (sobretudo nos EUA) e, claro, “Gambito de Dama”, nome da série da Netflix por cá. Em Portugal, as vendas de tabuleiros de xadrez aumentaram 125%. É xeque.

Maria Luísa Autor Imovirtual

Maria Luísa é a decoradora. A paixão pela decoração surgiu desde muito cedo, quando as paredes se tornaram folhas de desenho. Juntou o útil ao agradável e fez da vocação o seu trabalho. Está a cargo dos temas sobre ‘Decoração’ do Blog do Imovirtual.

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Ultima actualização: 24 setembro 2021
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